Lula não iria falar sobre eleições… Este foi seu primeiro aviso neste domingo, já que ainda não é candidato: “Não temos muita gente na Justiça favorável a nós e ao que falamos”, ironizou.
Se, no sábado, na reunião que confirmou oficialmente o apoio do PSOL, ele insistiu sobre a importância da negociação na política, ressaltando que o radicalismo retórico não favorece a classe trabalhadora e, mais do que tudo, celebrando a união de diferenças para a reconstrução nacional, Lula prosseguiu neste primeiro de maio reafirmando este compromisso.
Na celebração da data com as centrais sindicais reunidas na Praça Charles Miller, ele voltou a convocar a sociedade para a retomada do desenvolvimento, da democracia e da civilização. Lembrou as diferenças do seu governo. Entre elas, 22 milhões de empregos com carteira assinada, 90% dos acordos salariais com aumento real de renda, comida nos carrinhos de compras, no almoço e na janta, direitos garantidos e vida digna das famílias trabalhadoras.
Lula ainda destacou a necessidade de regulamentar o trabalho por aplicativo, associando as condições de trabalho destas atividades à escravidão. E, para todos os trabalhadores, garantiu que os sindicatos estarão nas mesas de negociações para definir uma nova legislação, assim como será retomado o ciclo de Conferências com a sociedade para a definição de novas políticas públicas.
Diálogo, mobilização social, identificação coletiva na tarefa de reconstruir o Brasil. Comprometendo-se com outra legislação trabalhista, com um “não” rotundo às privatizações e com a retomada democrática em sua gestão, Lula realmente parece não querer falar de eleições. Lula quer falar de governabilidade e de esperança em novos tempos. Sobre o pleito, sobrou apenas a profecia: “Em um belo dia do mês de outubro, vamos acordar e agradecer a Deus pela liberdade abrir novamente as asas sobre nós. A civilização voltará”.
É o que a maior parte desta Brasil, abandonada e empobrecida, espera com ansiedade. Faltam cinco meses…