Comemorado em 19 de março, o Dia do Artesão valoriza os profissionais que se dedicam aos trabalhos manuais. Em alusão à data, o Sebrae apresenta a história das empreendedoras e artesãs Aline Araújo e Fabiana Martins Félix, ambas moradoras de Três Lagoas, que cresceram após mudarem o modelo de negócios e ampliarem a oferta de produtos aos clientes.
As empresárias possuem negócios diferentes, mas uma trajetória em comum: as duas decidiram empreender em 2019. Aline, dona da empresa “Aline e Artesanato”, começou produzindo tapetes, bolsas em fio de malha e pantufas. Já Fabiana, proprietária da “DAFAH”, iniciou com a produção de panos de pratos, como complementação de renda.
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Panos de pratos desenvolvidos pela artesã Fabiana Martins Félix — Foto: Divulgação
Panos de pratos desenvolvidos pela artesã Fabiana Martins Félix — Foto: Divulgação
Com a chegada da pandemia, em 2020, as empreendedoras precisaram se reinventar. A partir disso, incluíram um novo produto para os clientes: as máscaras de tecido. Foi importante coragem para encarar o novo em um período tão conturbado, mas as artesãs seguiram firmes com as produções.
Para Fabiana Martins Félix, foi difícil se adaptar ao “novo normal”. Porém, hoje ela avalia que os desafios trouxeram conhecimento e, além isso, foi a oportunidade que encontrou para ampliar a renda da família.
“Em 2019, eu comecei a fazer o artesanato para complemento de renda, em 2020, com o início da pandemia, consegui alavancar o meu negócio, em um período que para muitas pessoas foi caótico. No início, eu não queria fazer as máscaras, a princípio não cobrava pelo produto, mas posteriormente, fiz por encomenda e deu super certo”, disse.
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Fabiana Martins Félix é artesão filiada à Associação Costa Leste de Artesãos do Mato Grosso do Sul (ACLAMS) — Foto: Acervo Pessoal
Fabiana Martins Félix é artesão filiada à Associação Costa Leste de Artesãos do Mato Grosso do Sul (ACLAMS) — Foto: Acervo Pessoal
Aline Araújo também passou por situação similar. Ela percebeu na pandemia a necessidade de recriar a forma de pensar e o modelo de negócios. Ao contar com o apoio do Sebrae e de outras costureiras, a empreendedora passou a ofertar as máscaras de tecido.
“As vendas do meu crochê no início da pandemia caíram bastante, então, tive que me reinventar. Conheci outras costureiras e começamos a fabricação de máscaras faciais, utilizando, assim, a costura para gerar um novo rendimento para as nossas famílias e, ao mesmo tempo, contribuindo para o momento que estávamos vivendo, o que ajudou a me manter por muitos meses”, completou.
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Pantufas em crochê desenvolvidas pela artesã Aline Araújo — Foto: Divulgação
Pantufas em crochê desenvolvidas pela artesã Aline Araújo — Foto: Divulgação
O maior desafio para as empresárias foi manter as vendas equilibradas e aprender a lidar com as medidas de biossegurança impostas naquele momento. Além disso, foi necessário aprender novas habilidades para realizar as vendas pela internet.
“O maior desafio foi conseguir chegar até o cliente final pela internet, de forma virtual, por conta das condições em que estávamos vivendo. Foi quando eu precisei ampliar as minhas maneiras de vender os produtos, além de torná-los mais atraentes”, destacou Aline Araújo.
Com todo o conhecimento adquirido, foi possível ver o crescimento da empresa no ramo, o aumento de clientela, a valorização do artesanato local, além de se tornarem referência na cidade e servir de inspiração para outras artesãs.
“Consegui me desenvolver, ampliei o meu catálogo de produtos, o que foi muito bom, porque vi que sou capaz. Hoje, faço jogos de mesa posta, guardanapos personalizados, além de ter aprendido a fazer as máscaras. As minhas vendas estão boas e estou numa crescente que me deixa muito feliz. Eu mudei o patamar do meu artesanato nesse período”, comemora Fabiana.
Desenvolvimento de Artesãos
Para essa virada de chave na vida das artesãs, elas contaram com o apoio do Sebrae e da empresa Suzano. Ambas participaram do Projeto de Desenvolvimento e Geração de Renda – Arte Feita à Mão, uma parceria com a Suzano, voltada a profissionais filiados à Associação Costa Leste de Artesãos do Mato Grosso do Sul (ACLAMS) com o objetivo de promover o fortalecimento da identidade cultural do artesanato local.
A ação teve início no segundo semestre de 2021 e irá terminar no mesmo período deste ano. Por meio do projeto, as artesãs participam de oficinas de formação em design artesanal, ministradas por Renato Imbroisi – designer de artesanato, referência na área têxtil, que já desenvolveu mais de 140 projetos no Brasil e no exterior, em países como África do Sul, Itália e Japão.
Em outra etapa do projeto, é desenvolvido um catálogo comercial, com fotos das peças produzidas e informações técnicas como dimensão do produto, materiais utilizados e canal para contato.
“Antes dessa parceria, eu fazia apenas produtos básicos, hoje eu consigo criar uma peça e precificar da forma correta. O atendimento com meus clientes ficou mais natural, aprendi a fazer o ‘pós-vendas’ e manter um relacionamento com eles, assim, eu fortaleci muito mais as minhas encomendas”, ressaltou Aline.
Fabiana e Aline conseguiram alavancar o negócio após as oficinas. Elas perceberam que os pedidos cresceram, principalmente por conta das festas de fim de ano e datas comemorativas. Para as empreendedoras, o conhecimento adquirido transformou o modo como enxergavam o negócio.
“As minhas expectativas para o futuro são as melhores possíveis, logo teremos a Casa do Artesão aqui na cidade, onde nossos produtos vão poder ficar expostos, assim muitas pessoas vão conhecer o nosso trabalho” enfatizou Fabiana.
Na última etapa do projeto, serão promovidas consultorias na área de planejamento comercial e o desenvolvimento de uma plataforma para comercialização e divulgação das peças, no formato e-commerce.