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Já importante antes da pandemia, o e-commerce se tornou vital para muitos negócios continuarem de portas abertas durante o isolamento social — e também na retomada. Ao longo de 2021, PEGN contou diversas histórias de empresas que fazem sucesso na internet, em segmentos que vão da gastronomia à moda. Veja a seguir uma retrospectiva com as sete matérias mais lidas do ano.
1. Brava Churrasqueiras
Rodolpho Barrozo, fundador da Brava Churrasqueiras: vendas são feitas via redes sociais, site próprio e marketplaces (Foto: Divulgação)
Rodolpho Barrozo nunca negou um convite para um churrasco — e passou a valorizar ainda mais um de seus hobbies favoritos depois que ele virou negócio, há cerca de dois anos, com a Brava Churrasqueiras. O insight surgiu quando Barrozo tentou comprar sua própria churrasqueira estilo parrilla — modelo em que a queima do carvão ou da lenha acontece em uma área separada — e se assustou com os preços. Ele adquiriu o material para montar uma e procurou um amigo caldeireiro que o ajudasse a executar o trabalho.
Barrozo desenhou o projeto em um papel de pão, e o amigo topou na hora, mas com uma condição: que fosse possível fazer duas churrasqueiras, porque ele também queria a sua. Barrozo estima ter investido R$ 600 em matéria-prima. Com o produto em mãos, Barrozo reuniu alguns amigos em Lins (SP), onde mora, para uma festa. A invenção fez sucesso. “Um colega que tinha visto a churrasqueira pediu a minha e a do meu amigo emprestada para levar a um evento e, para minha surpresa, duas pessoas vieram e compraram as churrasqueiras, com pagamento à vista.” Ele vendeu as duas por R$ 3.000, e percebeu que tinha uma oportunidade de negócio.
A empresa cresceu durante a pandemia. Só no ano passado, ele vendeu mais de 500 unidades em projetos personalizados, registrando um faturamento acima de R$ 500 mil. No primeiro semestre de 2021, o negócio superou esse montante e projeta fechar o ano com R$ 1,5 milhão. Hoje, as vendas são feitas via redes sociais, site próprio e marketplaces, como Amazon e Shopee.
2. Cacto Azul
Duani Stedile e Breno Pereira, fundadores da Cacto Azul (Foto: Divulgação)
Duani Stedile, 29 anos, e Breno Pereira, 33 anos, viram em uma calça jeans rasgada uma oportunidade para empreender. A peça não tinha mais utilidade e nem condições de ser doada, mas o casal não queria descartá-la. “A gente começou a pesquisar quais eram os impactos de jogar uma calça jeans no lixo”, conta Pereira. A dupla, então, decidiu fazer uma mochila. Em 2019, diante do interesse de outras pessoas pela invenção, eles criaram a Cacto Azul, um e-commerce que vende os acessórios.
O portfólio da marca inclui desde bolsas até pochetes e carteiras. Antes da produção, é feita uma curadoria. A empresa compra as peças em bazares e brechós promovidos por entidades que ajudam pessoas carentes. “A gente prioriza comprar deles, porque assim a gente acaba ajudando essas pessoas”, explica Pereira. Hoje, a empresa tem um faturamento mensal de R$ 20 mil.
3. Ilustralle
Isabela Gaidys, fundadora da Ilustralle (Foto: Divulgação)
Isabela Gaidys diz que sempre se identificou como uma pessoa criativa. No primeiro semestre de 2018, depois de ter se formado no ensino médio, a jovem criou um “bullet journal”, um tipo de agenda personalizada, para ela mesma usar e postou nas redes sociais. Recebeu muitos comentários de amigos dizendo que queriam comprar uma igual. “A minha foi feita à mão e era toda personalizada, mas não conseguiria fazer desta maneira para muitas outras pessoas”, afirma. Ela então criou um modelo no computador e imprimiu para vender para conhecidos. O “bullet journal’ deu origem à Ilustralle, e-commerce de produtos criativos idealizado por Gaidys, que vive em São Bernardo do Campo (SP). O negócio começou com itens de papelaria, mas, desde o ano passado, expandiu o portfólio, que hoje conta com bolsas, brincos e itens de decoração. Em 2020, a empresa faturou R$ 800 mil.
O próximo plano da jovem é desenvolver uma loja física em São Paulo que chame atenção. “Quero melhorar a experiência do consumidor e ter esse espaço colorido que tenha a energia da marca. O objetivo é que seja uma loja bonita a ponto de se tornar um ponto turístico que as pessoas façam questão de conhecer”, diz. Gaidys ainda não tem expectativa de quando vai abrir o ponto, já que o investimento é alto. Mas promete se dedicar mais ao projeto a partir de 2022.
4. Sorella
Gabriela Fraquete e Isabela Fraquete: fundadoras da Sorella (Foto: Divulgação)
As irmãs Gabriela Fraquete, 31 anos, e Isabela Fraquete, 28 anos, constumavam ser procuradas pelas amigas que queriam dicas de como se vestir melhor. “Na adolescência, sempre nos pediam roupas emprestadas ou para que fossemos com elas no shopping escolher quais roupas comprar”, diz Isabela. Sabendo que tinham um “bom olhar” para o que faz sucesso entre as mulheres, elas fundaram a Sorella, loja de roupas femininas com sede na cidade de São Paulo. A empresa tem apostado com mais força no e-commerce e fechou 2020 com faturamento de R$ 6,4 milhões.
Antes da pandemia do novo coronavírus, a loja física era responsável por 70% do faturamento da empresa — que foi de R$ 4 milhões em 2019. Foi um balde de água fria quando o ponto teve de ser fechado temporariamente. A estratégia foi então apostar com tudo no e-commerce, cadastrando todo o estoque para as vendas digitais — que se tornaram responsáveis por 80% da receita. O plano é continuar em crescimento, com projeção de faturar R$ 9 milhões em 2021 e R$ 12 milhões em 2022, quando serão abertas mais duas lojas em São Paulo.
5. Zero a Oito
Carolina Wischhoff e Maria Emília Abreu, fundadora da Zero a Oito (Foto: Manu Antunes)
No primeiro ano de vida de uma criança, muitos pais e mães gostam de comemorar o mêsversário — uma celebração mensal desde o nascimento. Carolina Wischhoff, 38 anos, é uma das que tinha vontade de fazer a comemoração. No entanto, após o nascimento do filho, estava tão cansada que só conseguiu fazer no primeiro mês. “Senti falta de um produto que fosse prático e que a própria mãe pudesse fazer a foto em casa”, afirma a empreendedora. Ela então criou o tapete de mêsversário, no qual é possível tirar fotos das crianças conforme os meses vão passando. O produto foi o primeiro item da Zero a Oito, e-commerce de produtos infantis que começou a operar no início de 2019. A marca digital teve um crescimento de 100% em 2020 e fechou o ano com faturamento de R$ 1,5 milhão.
Por ser uma marca nativa digital, a Zero a Oito não sentiu grandes impactos da pandemia. A expectativa agora é continuar com o crescimento acelerado e aumentar a linha de produtos. Com isso, o negócio espera fechar o ano com faturamento de R$ 3 milhões.
6. Lenick
Arlene Loren, fundadora da Lenick (Foto: Arquivo Pessoal)
Arlene Loren, 36 anos, sempre optou por roupas em tons neutros. Quando se tornou mãe, em 2018, buscou seguir a mesma ideia na hora de vestir o filho. Ela não esperava, porém, ter tanta dificuldade para encontrar opções no mercado: só achava peças coloridas para crianças. Pensando que outras pessoas poderiam ter o mesmo problema, a paulista decidiu fundar a Lenick, um e-commerce de roupas infantis minimalistas que, atualmente, fatura R$ 18 mil por mês.
O sucesso da marca foi tanto que a Lenick passou rapidamente a ser procurada por pessoas interessadas em revender as roupinhas. “Vi muitas mães que estava na mesma situação que eu, procurando por uma fonte de renda que permitisse ter mais tempo livre com os filhos”, diz Loren. Ela, então, criou um sistema especial para revendedoras. As mais de 90 mulheres cadastradas no site fazem as vendas, e a empresa fica responsável pelo envio direto aos compradores. Com o crescimento da Lenick, Loren pediu demissão de seu emprego no banco em junho do ano passado para se dedicar inteiramente ao empreendimento.
7. True Body Store
Yasmin Cunha de Oliveira, fundadora da True Body Store (Foto: Divulgação)
Lutar contra os padrões de beleza impostos às mulheres sempre foi importante para Yasmin de Oliveira, fundadora da True Body Store. Desde muito cedo, a empreendedora sentiu na pele o que é não ser aceita. “Quando eu tinha seis anos, sofri um acidente de carro e fiquei tão traumatizada que desenvolvi uma compulsão alimentar e engordei muito. Na escola, me tornei alvo de piadinhas e deboche por estar fora do padrão”. Hoje, a empreendedora faz lingeries para mulheres com corpos reais e quer provar que todas as mulheres são naturalmente lindas.
Os produtos da True Body Store vão do tamanho P até o XGG, e a empreendedora pretende investir em modelos maiores assim que possível. Atualmente, são produzidas calcinhas, sutiãs sem bojo, cintas-liga e produtos da True Care, marca de cosméticos também fundada por Oliveira. “Usamos renda, algodão e, claro, elastano. Prezamos muito pelo conforto e sabemos que cada corpo é único e que as peças têm de se adequar a eles e não o contrário. Nosso maior propósito é fazer com que as mulheres se sintam livres e saibam que merecem ser amadas, principalmente, por elas mesmas”, explica a fundadora.
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