Novos ataques russos contra as infraestruturas energéticas da Ucrânia surgem numa altura em que os EUA revelam novos pormenores sobre a autorização para atingir alvos em territórios russos: foi imposto um limite de cem quilómetros a partir da fronteira.
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Na noite de sexta-feira para sábado, as tropas russas lançaram um ataque em grande escala com mísseis e drones no território da Ucrânia. A Ukrenergo, empresa de energia da Ucrânia, declarou que as instalações do operador do sistema de transmissão nas regiões de Zaporizhzhya e Lviv foram atingidas. De acordo com as autoridades, há pelo menos um morto e vários feridos. Na região de Prykarpattia, foram destruídos edifícios e outras instalações de um estabelecimento de ensino, escreve a agência estatal de notícias ucraniana, Ukrinform.
O comandante da força aérea, Mykola Oleshchuk, escreveu no Telegram que a Rússia atacou a Ucrânia com 16 mísseis de diferentes tipos e 13 drones kamikaze do tipo Shahed: 12 mísseis e todos os drones foram abatidos.
Ucrânia forçada a apagões controlados por falta de eletricidade
Nos últimos meses, Moscovo voltou a lançar uma campanha de bombardeamento contra as instalações energéticas da Ucrânia e destruiu metade da capacidade de produção de energia do país, segundo o presidente Volodymyr Zelensky.
O aumento dos ataques russos obrigou o governo a introduzir horários de apagão nas principais cidades e teme-se que os ucranianos sejam obrigados a congelar durante o inverno devido à falta de eletricidade.
Washington limita os ataques com armas americanas a 100 quilómetros em territórios russos
Entretanto, o Washington Post noticiou, citando dois funcionários ucranianos que se mantiveram anónimos, que os EUA limitaram o alcance das armas americanas em território russo a 100 quilómetros. Esta proibição impede que se atinjam os principais aeródromos russos de onde descolam os aviões russos que transportam bombas guiadas.
A autorização dos EUA para lançar ataques em território russo com armas ocidentais “alterou inequivocamente a situação” na frente de batalha, disse um oficial militar ucraniano ao jornal. Mas, acrescentou, “nem o alcance, nem os tipos de armas são suficientes”.
“Não se trata de geografia. É uma questão de senso comum. Se a Rússia está a atacar ou está prestes a atacar a Ucrânia a partir do seu território, faz sentido permitir que a Ucrânia responda às forças que a estão a atingir do outro lado da fronteira”, explicou o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan.